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Museu Nacional: Alemanha anuncia repasse de 145 mil euros
O Museu Nacional do Brasil, que pegou fogo no final de 2018, © picture alliance / Photoshot
Em viagem à Alemanha para intensificar as cooperações com vistas à reconstrução do Museu Nacional, o diretor da instituição brasileira, Alexander Kellner, foi recebido no dia 22 de maio em Berlim pela Secretária de Cultura do Ministério Federal das Relações Externas da Alemanha, Michelle Müntefering.
Na ocasião, Müntefering anunciou o repasse de 145 mil euros para a modernização do sistema elétrico do Museu Nacional. O valor se soma aos 180 mil euros entregues no ano passado para a compra de equipamentos e insumos utilizados no resgate de itens danificados e soterrados pelos escombros do incêndio. Ambos os repasses fazem parte da ajuda emergencial no valor de até 1 milhão de euros aprovada pelo ministério do Exterior alemão. Com isso, a soma de recursos efetivamente repassados ao museu desde o desastre já soma 325 mil euros.
"Os prejuízos no Museu Nacional não atingem só o Brasil. Eles são uma perda para o patrimônio cultural mundial. É por isso que era muito importante que a Alemanha ajudasse, rapidamente e sem grandes burocracias, a reconstruir o Museu. Estou feliz pelos avanços que já tivemos e pelo envolvimento de outras instituições nesse processo", afirmou Müntefering.
Kellner esteve uma semana na Alemanha a convite do Ministério Federal das Relações Externas, onde participou de encontros com representantes de museus em Berlim, Munique e Frankfurt para discutir outras medidas de apoio ao Museu Nacional e fazer contato com especialistas alemães.
Saiba mais: cooperação alemã com o Museu Nacional
A Alemanha apoia o Museu Nacional desde os primeiros momentos do desastre. Dois especialistas do Arquivo Municipal de Colônia, cidade alemã parceira do Rio de Janeiro, fizeram parte da missão da Unesco que veio ao Brasil logo após o incêndio para ajudar o Museu Nacional. Os especialistas alemães têm experiência na área: eles viveram de perto o desabamento do Arquivo Municipal de Colônia, em 2009.
A experiência de dez anos atrás se provou útil: com a ajuda dos alemães, foi possível montar rapidamente uma lista de materiais e equipamentos necessários ao resgate e tratamento de itens posteriormente recuperados.
Resgatar, proteger, restaurar: quais são os próximos passos?
Até o início de dezembro de 2018 já haviam sido resgatados 1.500 itens do Museu. Um enviado do Ministério Federal das Relações Externas da Alemanha esteve pessoalmente no Rio de Janeiro para analisar a situação de perto e verificar onde a ajuda é mais necessária.
O Museu Nacional precisa modernizar rapidamente sua parte elétrica para ter condições de acomodar esses itens sob climatização adequada e, no longo prazo, acolher doações de acervos de outros museus ao redor do mundo.
Preservação do patrimônio histórico cultural: proteger construções e obras de arte pelo mundo
O Museu Nacional no Rio de Janeiro abrigava cerca de 20 milhões de itens, entre eles a maior coleção de múmias egípcias da América Latina; "Luiza", que com 12.000 anos é o mais antigo fóssil humano da região, e uma coleção com milhares de insetos, parte dos quais já extintos do planeta. Os danos para o patrimônio cultural são enormes. Com seu programa de preservação cultural, o Ministério Federal das Relações Externas da Alemanha ajuda na preservação e restauração de bens culturais pelo mundo.