A guerra de agressão russa trouxe sofrimento imensurável a milhões de pessoas na Ucrânia. Ela está causando graves danos muito além das fronteiras da Ucrânia. Os campos de plantação ucranianos sem cultivo e os armazéns de grãos destruídos, as rotas de transporte bombardeadas e os portos bloqueados são a razão pela qual o mercado mundial não pode ser abastecido com grãos urgentemente necessários. Como resultado da guerra da Rússia, os preços do trigo, do milho e do óleo de cozinha subiram massivamente no mundo inteiro. Assim, são os mais pobres do mundo que o Presidente Putin está atingindo com mais força. Ele está atingindo crianças, mulheres e homens que já sofrem com secas, a crise climática e as consequências econômicas da pandemia e estão precisando de ajuda. A Rússia não está apenas aceitando cinicamente as crises de fome no hemisfério sul. Ela usa a fome como uma arma para exigir obediência.

Nós usamos a nossa solidariedade para nos opor a isso. Ajudamos onde a ajuda é necessária e não porque ela se encaixa em nossa agenda política. Ao fazer isso, apoiamos a ordem internacional, que a Rússia está atacando brutalmente. Ao fazer isso, estamos protegendo vidas humanas que a Rússia está colocando em risco intencionalmente. Como uma comunidade global, é imperativo agirmos agora rapidamente, de forma coordenada e com passos concretos. É por isso que estou viajando hoje para as Nações Unidas em Nova York, onde, a convite do meu homólogo Antony Blinken, cerca de 35 Estados se reunirão na ONU, incluindo aqueles cujas populações foram mais severamente afetadas.

Como Presidência alemã do G7, fizemos da questão da segurança alimentar núcleo de nosso trabalho conjunto. Nós assumimos compromissos concretos para amenizar a crise alimentar. Amanhã, minha colega Svenja Schulze, Ministra do Desenvolvimento, lançará a Aliança pela Segurança Alimentar Global durante sua reunião do G7 em Berlim. E a Alemanha está colaborando no grupo de trabalho formado para enfrentar a crise, presidido pelo Secretário Geral da ONU, Antonio Guterres. Pois no círculo da comunidade global e do G7, faremos tudo o que é fundamental agora: tanto a curto prazo, apoiando a Ucrânia e fornecendo ajuda humanitária em todo o mundo; quanto a longo prazo, trabalhando contra a crise climática, contra as secas e, sobretudo, em prol do desenvolvimento sustentável também nas regiões mais pobres deste mundo.