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Depois de passar pela Europa e pelos Estados Unidos, exposição “1 Julgamento, 4 Línguas” chega ao Brasil e narra a origem da interpretação simultânea
Atualmente usada nos mais diversos contextos e setores da economia, essa modalidade de tradução nasceu no Julgamento de Nuremberg, que revelou os crimes cometidos pelos nazistas durante Segunda Guerra Mundial
As atrocidades cometidas pelo Terceiro Reich durante a Segunda Guerra Mundial foram reveladas à humanidade e julgadas pelo Tribunal Militar Internacional graças à primeira interpretação simultânea oficial realizada no mundo, durante o Julgamento de Nuremberg, na Alemanha. Ao longo de dez meses, 36 intérpretes trabalharam atrás de cabines de vidro, com um sistema à época inovador de fones de ouvido, microfones e cabos, e traduziram simultaneamente interrogatórios e depoimentos em inglês, francês, russo e alemão – idiomas das quatro potências vencedoras e do país derrotado no conflito. Foi essa a maneira encontrada para obedecer ao estatuto do Tribunal, estabelecido para julgar os crimes nazistas, que dava aos réus o direito de ouvir os procedimentos em idiomas que compreendessem, para que tivessem garantido o amplo direito de defesa.
A exposição “1 Julgamento, 4 Línguas: os pioneiros da interpretação simultânea em Nuremberg”, traz à tona o trabalho fundamental dos profissionais que realizaram uma tarefa até então classificada como “impossível”: ouvir em um idioma e falar, ao mesmo tempo, em outro. A mostra chega pela primeira vez ao Brasil, no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, entre os dias 10 de março e 10 de abril. “1 Julgamento, 4 Línguas” já foi exibida em dez países, entre eles Alemanha, Suíça, França, Grécia, EUA e Itália. A organização é da AIIC Brasil – capítulo brasileiro da Associação Internacional de Intérpretes de Conferência, que completa 70 anos em 2023 – e da APIC, a Associação Profissional de Intérpretes de Conferência, que completou 50 anos em 2021.
O Julgamento de Nuremberg foi realizado entre novembro de 1945 e agosto de 1946. Divididos em três equipes de 12 profissionais, os intérpretes permitiram que o júri analisasse 117 crimes de 22 acusados. Doze foram condenados à morte, sete a penas de prisão e três foram absolvidos. O serviço de interpretação que estreou em Nuremberg adotou um método de revezamento de equipes, de cabines com isolamento acústico e trabalho organizado por combinações linguísticas, que posteriormente se tornaria um padrão profissional. Após Nuremberg, a interpretação simultânea – mesmo que às vezes despercebida – passou a fazer parte da sociedade contemporânea: do desenvolvimento da vacina contra a Covid-19 à produção de conteúdo para o streaming na TV, da cerimônia do Oscar às assembleias gerais da ONU, das reuniões cotidianas nas empresas às coberturas jornalísticas sobre as populações indígenas no Brasil, em todos esses contextos há intérpretes em ação.
Com curadoria da intérprete alemã Elke Limberger-Katsumi, a mostra “1 Julgamento, 4 Línguas” será apresentada não apenas em português, mas também nos idiomas falados pelos pioneiros de Nuremberg. Com imagens, mesas-redondas, seminários e palestras presenciais e virtuais, seu conteúdo vai além do universo dos intérpretes e tradutores e é dirigido também a quem se interessa por História, Relações Internacionais, Economia, Direito e Direitos Humanos, Tecnologia e Cultura.
Mais informações: secretaria@apic.org.br