Cúpula da Amazônia: A ameaça à floresta tropical não se limita às fronteiras nacionais

O Secretário de Estado Parlamentar do Ministério para Cooperação e Desenvolvimento Econômico da Alemanha, Niels Annen, viaja hoje a Belém onde participará da Cúpula da Amazônia como representante do governo alemão. A Cúpula conta com a participação dos Estados signatários do Tratado de Cooperação Amazônica: Bolívia, Brasil, Equador, Guiana, Colômbia, Peru, Suriname e Venezuela. O objetivo é fortalecer a cooperação regional para o desenvolvimento sustentável na região amazônica. Annen representará o governo federal em uma reunião dos ministros das Relações Exteriores e do Meio Ambiente. Ele também terá encontros bilaterais com representantes dos países da região amazônica e de organizações regionais e internacionais.

Annen: "A Amazônia é o pulmão verde de toda a região. Ela abriga um incrível tesouro de biodiversidade e é o lar de comunidades indígenas com uma enorme diversidade cultural. Precisamos da Amazônia para a proteção global do clima e do meio ambiente e para a preservação da biodiversidade. Não é possível sem a Amazônia! A ameaça à floresta tropical e às pessoas que vivem nela não se limita às fronteiras dos oito países da região Amazônica. É por isso que é tão importante trabalharmos juntos regionalmente e além das fronteiras. Nós, como Ministério do Desenvolvimento, apoiamos os países da região amazônica na gestão sustentável da floresta e na proteção contra o desmatamento. A Cúpula Amazônica é um sinal importante para a região e para a comunidade internacional."

O Ministério para Cooperação e Desenvolvimento Econômico alemão e muitos dos países da região Amazônica possuem uma cooperação de muitos anos. A Alemanha está trabalhando em estreita colaboração com Bolívia, Brasil, Equador, Colômbia e Peru em uma transição econômica e energética socialmente justa e ecológica. A proteção da região amazônica e de seus recursos naturais é um tema central da cooperação. No Peru, por exemplo, o Ministério promove o uso sustentável de florestas naturais e o manejo florestal. No Equador, apoia grupos indígenas e organizações de produtores na diversificação e comercialização de produtos como a canela ou a baunilha da região amazônica. Isso aumenta o valor agregado local e gera renda adicional.

E o fortalecimento da cooperação regional para a conservação da floresta e da biodiversidade na Amazônia também é uma das principais preocupações do Ministério: há 20 anos existe uma intensa cooperação com a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) para proteger a biodiversidade e a floresta tropical. A OTCA estabeleceu a meta de fortalecer a cooperação entre os oito estados da Amazônia. Além disso, o Ministério apoia um fundo fiduciário sobre bioeconomia e gestão florestal da Iniciativa Amazônica do Banco Interamericano de Desenvolvimento, que é financiado por vários países. O fundo promove projetos de bioeconomia, conservação florestal e cadeias de suprimentos sustentáveis na região amazônica.

Annen já esteve no Brasil no início de janeiro, quando acompanhou o Presidente alemão Frank-Walter Steinmeier à posse do recém-eleito Presidente Inácio Lula da Silva e liberou recursos do Ministério  para o Fundo Amazônia  destinados à proteção da floresta amazônica. No final de janeiro, a Ministra do Desenvolvimento, Svenja Schulze, viajou para o Brasil e se reuniu com a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e a Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, com quem conversou sobre a proteção e a gestão sustentável da floresta tropical e a situação dos grupos indígenas na região amazônica.