O reconhecimento de ambas as entidades no leste da Ucrânia pelo presidente Putin é uma flagrante violação do direito internacional. Ele fere a integridade territorial e a soberania da Ucrânia. É um duro golpe contra todos os esforços diplomáticos voltados à resolução pacífica do conflito. Ao longo de anos, nós nos empenhamos para solucionar politicamente o atual conflito – o que agora está sendo destruído unilateralmente pela Rússia.

Mas não se trata aqui apenas de princípios do direito internacional. Estão também diretamente em jogo os interesses da comunidade internacional e, portanto, também do Brasil.

É evidente: se tais atos agressivos e contrários ao direito internacional fizerem escola e não houver reações, a ordem internacional será minada. Por essa razão, é importante que todos nós chamemos a violação do direito internacional pelo nome e apoiemos os esforços em prol de uma solução pacífica.

Os Estados da UE continuam a concentrar toda a sua força para evitar uma escalada militar; para isso, estamos elaborando um pacote de sanções que tenha impactos econômicos e financeiros – e justamente não militares.

A OTAN garante, como aliança defensiva, a proteção coletiva do território da organização e lamenta que a Rússia não aceite a proposta de diálogo para um desfecho político no âmbito do Conselho OTAN-Rússia.  

Não se trata de travar uma guerra, mas de evitar uma guerra. Ao mesmo tempo, não podemos ficar de braços cruzados. O importante é a nossa coesão, não ceder a agressores individuais e enfrentá-los unidos.

Para que isso tenha resultado, seria importante deixarmos claro, como membros da ONU e membros do seu Conselho de Segurança, que mudanças unilaterais de fronteiras e violência são inadmissíveis. Deve ser esta a mensagem conjunta a ser transmitida agora à Rússia.